Cidades amazônica em virtude de sua vasta diversidade florestal, repleta de árvores imponentes, a Amazônia revela atualmente setores que, em tempos remotos, foram palco do surgimento de civilizações, desafiando a concepção de que essa região teria experimentado uma escassa ocupação humana. Um estudo cuidadoso que levou vários anos confirma essa situação, e os resultados foram publicados recentemente na revista Science, em janeiro.
Há várias décadas, mais precisamente na década de 1970, o arqueólogo Stéphen Rostain fez descobertas intrigantes ao identificar vestígios de antigas estradas e montes de terra em regiões remotas no interior da floresta equatoriana. Esses indícios, inicialmente observados há tanto tempo, desencadearam um interesse contínuo na investigação da história oculta da região amazônica.
Ao longo do tempo, avanços tecnológicos significativos, como o uso de mapeamentos realizados por meio de tecnologia a laser, incorporada a aeronaves especializadas que exploraram extensas áreas, possibilitaram a revelação daquilo que estava previamente oculto sob o denso emaranhado de árvores na Amazônia. Essa abordagem inovadora não apenas confirmou as descobertas iniciais de Rostain, mas também lançou luz sobre um panorama histórico até então desconhecido, redefinindo nossa compreensão da ocupação humana nessa vasta floresta tropical.
Através da condução deste estudo, constatou-se que esses sítios, em períodos anteriores, foram habitados por cidades de considerável magnitude e apresentavam uma estrutura notavelmente complexa.
Revelando Cidades Encobertas pela Floresta Amazônica
Através da meticulosa pesquisa realizada, foi possível identificar cinco extensos assentamentos situados no coração da densa floresta amazônica, abrangendo uma área estimada de 300 quilômetros quadrados. Um traço distintivo desses locais é a presença de uma praça central que servia como núcleo social e possivelmente ritualístico. Essa revelação arqueológica proporciona uma visão mais aprofundada sobre as antigas civilizações que habitaram essa região, contrariando a concepção anterior de uma sociedade predominantemente nômade na Amazônia. Ao invés disso, evidencia-se que essas populações ancestrais mantinham assentamentos urbanos meticulosamente planejados, dotados não apenas de áreas habitacionais, mas também de campos agrícolas, destacando a complexidade estrutural e a organização social elaborada dessas comunidades.
Os pesquisadores constataram a presença de diversos cultivos, como mandioca, milho, feijão e batata-doce, corroborando descobertas anteriores realizadas por meio de escavações na região. Além disso, eles identificaram outros dez assentamentos em menor escala. Um aspecto notável dessas descobertas é a observação de mais de 6 mil plataformas de terra construídas em madeira, com altura média de 2 metros. A maior plataforma, alcançando 5 metros, levanta a possibilidade de ter sido utilizada para fins cerimoniais, conforme especulado pelos pesquisadores. Essa coleção de achados arqueológicos destaca não apenas a diversidade agrícola nas antigas civilizações amazônicas, mas também a complexidade arquitetônica, revelando uma sociedade avançada e estruturada na região.
Além disso, foram identificadas imponentes estradas, caracterizadas por uma largura impressionante de 10 metros e uma extensão que alcança até 20 quilômetros, desempenhando o papel crucial de conectar áreas residenciais a distintas regiões. Uma notável observação dos pesquisadores recai sobre o esforço surpreendente empregado para nivelar essas vias, especialmente em locais de terreno mais elevado. A meticulosidade aplicada na engenharia dessas estradas revela um grau notável de planejamento urbano nas civilizações antigas, evidenciando um sofisticado domínio técnico e organizacional por parte dessas comunidades na Amazônia.
Qual período em que essas cidades amazônicas foram habitadas ainda é uma incógnita?
Estudos subsequentes podem revelar possíveis respostas a essa questão, confirmando não apenas a extensão contínua da maior das estradas, mas também a presença de indícios de outras estruturas na área. Além disso, as civilizações antigas construíram calçadas com valas em ambos os lados, sugerindo a utilização possível dessas estruturas como canais para o transporte de água, dada a abundância desse recurso vital na região. O esclarecimento dessas questões tem o potencial de enriquecer significativamente nossa compreensão sobre a complexidade temporal e estrutural das antigas sociedades que habitaram a Amazônia.
Evidências sugerem que essas cidades foram habitadas em um intervalo temporal que se estende aproximadamente de 600 a.C. a 500 d.C. Isso implica que tais assentamentos, pertencem a civilizações que precedem não apenas a grandiosidade de Machu Picchu, mas também antecedem em idade as famosas eras do Império Romano. Segundo as estimativas dos pesquisadores, a permanência dessas populações nessas cidades teria se estendido por aproximadamente mil anos. Essa cronologia revela uma narrativa histórica rica e complexa, posicionando essas antigas sociedades amazônicas em um contexto temporal que antecede algumas das mais notáveis realizações da história mundial.
Há uma especulação de que um vulcão antigo possa ter desempenhado um papel crucial no crescimento dessas áreas, fornecendo solos mais ricos em nutrientes. Contudo, há também a possibilidade de que o mesmo vulcão tenha causado a destruição dessas comunidades, visto que cinzas vulcânicas estão dispersas, e o motivo pelo qual essas sociedades desapareceram permanece sem resposta.
Considerando todas as pistas encontradas, mesmo que seja desafiador determinar uma quantidade exata, há uma crença de que pelo menos 10 mil pessoas habitavam essas cidades antigas na Amazônia. Devido à falta de informações substanciais, sobre esses grupos e suas tradições, podemos dizer que essa descoberta representa o início de um novo capítulo a ser explorado na história da América do Sul.
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